A Força da Internet vs A Banalização da Vida...

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Ontem...

Estive conversando com um juiz de direito...

Apanhou meu Táxi em Movimento no centro do Rio rumo à Barra da Tijuca, pouco antes do início do jogo Brasil e Chile...

Comentamos sobre a Seleção Brasileira e nosso temor parceiro de sermos despachados de volta prá casa pelo Chile, em razão da modorra apática contra Portugal...

E...

Falamos sobre o goleiro Bruno do Flamengo e o desaparecimento de sua namorada Eliza Samúdio...

Estranhei como ainda alguém imagina que pode sumir com um corpo evidente e constranger uma quantidade de pares de olhos que possivelmente acompanharam, de alguma forma, a cena...

Meu passageiro não estranha a lógica atual...

Vivemos numa sociedade, a cada vez mais, refém do medo...

O Judiciário possui enormes dificuldades em ouvir testemunhas que não as forjadas por criminosos em cumplicidade com a arquitetura ladina de advogados coniventes...

Nenhuma testemunha real sobrevive a pressão de bandidos que passam a proporcionar visitas periódicas às suas portas numa silenciosa ameaça...

Há 15 anos a maioria desses crimes acabavam arquivados depois de acordos obscuros no submundo das entranhas da investigação direcionada que incluia cooptar perícia e mídia a enterrar o assunto...

Só que...

A Internet proporcionou uma inimaginavel revolução sociável interceptando o círculo vicioso de intermediações escusas a incensar criminosos óbvios...

Crimes como da Ladeira Sacopã ou do Advogado do Diabo Leopoldo Heitor - se hoje em dia - seriam esclarecidos em uma semana, já que não mais exclusiva propriedade de O Globo ou da Revista Cruzeiro...

A Rede pulverizou a retumbância do clamor da sociedade que não mais exercício de direito da mídia oficiosa a decantar hagiografia a seus pares...

Mércia Nakashima, Eliza Samúdio, Sandra Gomide, Glaucianne Hara, Patrícia Amieiro, Rachel Genofre são cadáveres insepultos que não jazem silenciosos...

Haverá ao menos alguma única página na Internet a não permitir a última pá de terra...




Jorge Schweitzer

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