O Sopro de Deus!

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claro que não! Tá maluquinha, é?

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Uma moça no canto da sala escura...

Um livro aberto ao colo...

Uma luz, como holofote, iluminando seus cabelos molhados...

Pego uma folha sob a impressora...

Escrevo...

Ela pergunta o quê...

- Política...

Fico a observá-la...

Escrevo...

Escrevo...

Tento ir até seu computador sem que ela perceba...

Sento...

Ela me surpreende e senta em meu colo...

Pega o rascunho e lê em silêncio...

Olhos emocionados...

Um abraço longo...

Um beijo com gosto de lágrima...

Lê em voz alta, entre risos e soluços, de braços abertos e passos de bailarina numa encenação engraçada...

Dobra a folha em quatro...

Me faz jurar que não irei publicar...

Não quer dividí-lo...

Eu nem achava isto tudo, mas na sua voz nem parecia que eu tivesse capacidade de narrar daquela forma...

Só posso dizer que chama-se "O Sopro de Deus"...

Ao contemplar uma mulher sentada, num canto da sala à meia luz, com seus cabelos escorridos...

Jorge Schweitzer

Benedito Antonio Ferreira, um brasileiro...

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Benedito mora em Magé...

Perto da estação...

Veio ao Rio de Janeiro, na sexta-feira, para tirar seus documentos somente com o dinheiro da vinda e uns trocados...

Benedito é epilético...

O dinheiro não lhe permitiu comprar seu Gardenal 100 que custa 5 reais...

“Tenho que economizar prá comprar comida prôs meus filhos e prá minha esposa”...

Ganha dinheiro capinando terrenos, sua esposa com faxinas sonhando em voltar para Minas...

Ficou dois dias sem comer...

Ficou envergonhado de pedir...

“Sou mineiro, moço”...

Neste domingo, já amanhecendo, sentiu que estava mal...

Procurou o Hospital Souza Aguiar, já que estava ali perto da Central imaginando como voltaria para casa...

Lhe deram soro e uma injeção de calmantes...

Ficou contente de lhe permitirem tomar um banho no hospital...

Às 15 horas saiu pelas ruas...

Andou muito...

Pensou em apanhar latinhas vazias até acumular o suficiente para passagem...

Cada quilo de alumínio vale R$ 3,50...

Sua passagem R$ 6,00...

Quando o encontrei tendo uma convulsão violenta que lhe levantava do asfalto, como num filme de efeitos especiais, ao lado uma sacola velha de supermercado, continha poucas latas de alumínio amassadas...

Eram 20h 30min...

Ao entrar na Rua Senador Vergueiro, próximo ao Garota do Flamengo, vejo carros parando para observar Benedito em convulsão no chão no meio da rua...

“Ia encostar num carro, pensei que o dono acharia que queria roubar; tentei retornar ao outro lado da rua que estava vazio e caí no meio”...

Um rapaz solitário desvia os carros para não atropelá-lo...

Encosto o táxi em frente a uma garagem de um prédio ao lado direito em frente a uma Locadora de Vídeos...

Muitas pessoas observam perplexos mas ninguém chega perto de Benedito que se debate...

Ele baba no canto da boca...

Seguro sua mão esquerda, afasto seu paletó e abro sua camisa no peito...

Sua mão está tão gelada como se eu segurasse uma pedra de gelo já que minha mão é tão quente que já virou até piada...

Ele tenta falar...

Um senhor idoso segura sua mão direita e lhe dá socos no punho avisando que é epilepsia...

Lembro que já assisti convulsão semelhante e que se ele acalmar terá chance de retornar...

Apoio sua cabeça encima do meu pé como travesseiro...

E lhe aperto os ombros para relaxar...

A primeira coisa que fala é que não está bêbado e não é mendigo...

Peço para ficar quieto...

Aviso para alguém ligar para os bombeiros...

Muita gente fica em volta...

Seguro Benedito por baixo dos braços e duas pessoas seguram suas pernas e lhe colocamos no meio fio...

Ele fala em voltar pra casa, está sem dinheiro, nervoso e tem que levantar logo para continuar procurando latinhas...

Garanto que faremos uma vaquinha e lhe daremos o dinheiro...

Todos balançam a cabeça afirmativamente...

Ele fala que não quer...

Quando já está sentado, pego R$ 5,00 reais e outra senhora mais cinco e lhe entregamos...

Somente mais três reais são arrecadamos com duas pessoas...

As outras pessoas se afastam...

Ele segura o dinheiro apertando os trocados...

Um carro buzina para eu desimpedir a garagem para entrar...

Aviso que tenho que ir embora...

Entro no carro...

Dou a volta no quarteirão e volto ao mesmo local...

Benedito continua sentado...

Está aguardando uma menina que tentou comprar, sem sucesso, o Gardenal sem receita na Farmácia Max ali próxima...

Coloco Benedito no táxi para levá-lo até a Central para pegar o ônibus para Magé...

Fomos conversando...

É a primeira vez na vida que Benedito entra em um táxi...

Benedito é evangélico e prefiro não perguntar de qual denominação ou se dá dízimo caso contrário chegaria em casa para escrever outro texto atacando violentamente picaretas cruéis...

Benedito parecia emocionado com a quantidade de pessoas que o trataram com carinho que ele não está acostumado...

Lamentável que não é possível deixar aqui registrado o nome do casal, do senhor idoso e de um adolescente que acudiram Benedito...

Acho que o casal tem alguma ligação com a Locadora de Vídeos, talvez como clientes ou proprietários, já que falaram que conheciam os donos da farmácia que talvez facilitassem a compra do remédio que não foi possível adquirir...

Da moça que deu cinco reais e ficou o tempo todo ao lado...

O deixei ao lado do ônibus da empresa Regina e dei mais cinco reais fazendo ele jurar que iria comprar um saco de biscoito para comer na viagem ao invés de guardar o dinheiro...

Nesta hora que estou escrevendo, 23 horas, Benedito já deve estar em casa narrando para esposa uma história que acredita que “ela não vai acreditar que andei de táxi”...

Cada um tem seus dramas...

Foi um dia horrível...

Quase nada deu certo...

Ver o sorriso contente de poucos dentes do Benedito recompensou o domingo nublado de raros passageiros...

Ao longe ele me mostra um saco de biscoitos numa das mãos...

Enquanto se despede com a outra...



Jorge Schweitzer



PS: Caramba, obrigado ao amigo anônimo que me enviou o texto acima que já nem lembro de quando foi postado no antigo blog censurado pela Microsoft... Aos poucos vou refazendo pegadas apagadas... Lembro muito deste episódio... Nem recordava de haver narrado...

Schweitzer, Traído pelo Desejo...

Caro Jorge, bom dia.
Encontrei na rede um site chamado: overmundo.com.br, e para minha surpresa estava lá, um artigo seu, intitulado: "Schweitzer, Traído pelo Desejo", de 11/12/2006. Este artigo eu nunca tinha lido.Como não poderia ser diferente, esse seu artigo, como outros que você escreve tão bem, me fez dar muitas gargalhadas.
Procurei no histórico do Táxi em Movimento, e não o encontrei. Então Jorge, tomei o atrevimento para te pedir que poste este arquivo - se você já não o fez em alguma data que eu não saiba. Vale a pena ler de novo.
Segue o link:
http://www.overmundo.com.br/banco/schweitzer-traido-pelo-desejo#-banco-2473
Abração e bom trabalho.
Ricardo Cavalcante
São Paulo-SP

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Apaixonei-me por uma tela...

Um rosto sorridente e peitos imensos...

Como todos rostos são sorrIdentes e peitos igualmente imensos na Internet..

Imaginei o resto do ser sem corpo e sem alma...

Preguei tolices obstinadas...

Uma mistura doce-amarga de sangue, lágrimas, crenças e afeições...

Vibrei movimentos do coração...

Instiguei amores desvairados...

Descrevi fragrâncias, pensamentos ocultos, oceanos de ternura e profundezas de belas emoções...

Disfarçado de google percorri a Rede em busca da mulher maravilhosa que possui tatuagens de luas e estrelas, piercing no umbigo de jóia 24 quilates e pernas torneadas que providenciaram sonhos eróticos me faziam levitar lençóis brancos solitários como se eu inteiro fosse o Pluft...

Fui Traído pelo Desejo...

Pôs bueno...

Ela é ele...

Um travesti...

Mora em Curitiba...

É casada com um rapagão milionário obeso outrora bombado surfista...

Engana todo mundo quando corre nos finais da tarde em volta da praça e desavisados adolescentes a chamam de uva...

Tão rindo?

O bagulho é sério...

Ela continua me monitorando fascinada por tudo que prometi e, claro, agora não pretendo cumprir...

Imagina, sou Maragato...

Não posso fraquejar...

E também não posso dizer aqui que ela é viado...

Agora dá cadeia...

Tá vendo como este negócio de blog é uma furada?

Quer dizer...

Às vezes a furada é uma protuberância...



Jorge Schweitzer

PS: Na verdade, este texto fiz para chatear uma linda ( e põe linda nisto) amiga que o Humortal (na época) nos reproduziu numa charge... Apesar que, sejamos sinceros: não acredito muito neste negócio de homem que possui 'amiga' sem segundas e gravíssimas intenções... A não ser que o cabra seja cabelereiro ou manicuro... Né não?!

O celular esquecido no Táxi em Movimento...

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Ontem uma moça esqueceu seu celular em meu táxi...

Logo após, ligou para o próprio...

Achando que era som do rádio, demorei a encontrar o aparelho caído abaixo do banco do carona...

Já devolvi tantos celulares que, caso contrário, poderia abrir uma loja de...

A moça, de uns trinta e tantos anos de idade, desembarcou no Rio Sul...

Eu estava na Praia do Flamengo quando atendi sua ligação...

- Você poderia voltar ao Rio Sul para me devolver?

- Assim que voltar da cidade, estou no Flamengo...

- Como assim 'estou no Flamengo', não deu tempo! - visivelmente irritada...

- Olha só, senhora, pode não acreditar mas estou no Flamengo. Não tenho motivo algum para mentir. Quero devolver seu telefone. Anota o meu: 93.67.29.26. Meu nome é Jorge Schweitzer...

Não entendi a razão da irritação até ela me informar:

- Quero pagar sua corrida até aqui!

- Posso deixar na sua portaria, mais tarde?

- Lá em casa não terá ninguém para lhe reembolsar. Queria que o senhor trouxesse aqui...

Engraçado como as pessoas tiram conclusões precipitadas imaginando que qualquer outro tiraria algum proveito da situação como ela própria faria...

Em momento algum me passou pela cabeça sequer receber o valor de alguma hipotética corrida que eu não faria somente para satisfazer a madame mandona...

De posse no número discado registrado no bina do celular esquecido, fiquei de ligar assim que me sobrasse tempo disponível...

Uma hora depois:

- O senhor está onde?

- Jardim Botânico! Me passa seu endereço que deixo o celular com o porteiro...

- O senhor está perto de minha residência: Rua General Dionízio, número ??... Diga ao porteiro que é o celular da 'Dona' Ana...

- Dona Ana?

- Isto! Amanhã o senhor passa lá para receber o valor da corrida!

- Dona Ana, a senhora não me deve nada! O telefone é seu! Não há porque pagar resgate!

Coloco o aparelho dentro de um envelope e escrevo:

"Para: 'Dona' Ana"

De: 'Dono' Jorge Schweitzer"...

O porteiro comenta meu cuidado em colocar o telefone dentro de um envelope...

Ah! Sim...

Antes de escrever "Dona" Ana escrevo: "Dona Maria das Coves"...

E, rabisco traços acima, quase-quase desfigurando a brincadeira...

Se "Dona" Ana tiver curiosidade será fácil recuperar minha mensagem cifrada...




Jorge Schweitzer

PS: Eu ia escrever sobre a deterioração das relações humanas... Deixa prá lá...

Aviso aos navegantes do 'Táxi em Movimento'...

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Alguns gostam do que escrevo...

Outros, mais ou menos...

Alguns me odeiam...

Outros simplesmente acompanham...

A maioria gostaria de me matar...

Ótimo...

Não creio que possua muitos leitores habituais para sempre...

Já perdi quase todos em alguma crônica contrária à suas convicções...

Chega hora em que taxo interesses patrimoniais, ecumênicas ou passionais...

Não importa...

Me conheceram e foram embora...

Algum dia voltam...

Nem que seja por curiosidade...

Acho bacana esta democracia da Rede...

A coisa de estampar a opinião sem limites de censura é uma faca 'de dois legumes' mesmo...

Você é amado até avançar contrariando algum interesse pessoal...

Importante é não recuar...

Perderia a graça a coisa de brincar com a verdade que nem sempre bate bons tambores ou emite sinais de fumaça apropriados...

Há horas que penso somente escrever o que todos gostariam de ler...

Escrever e escutar palmas...

Porém...

Ainda não estou velho o bastante...

Necessito de mais algumas décadas...

Somente pelo menos mais uma...

Na realidade uma semana me basta...

Juro que descrevo alguma palhaçada na próxima...




Jorge Schweitzer

A foto do Complexo do Alemão postada no Táxi em Movimento...

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Ontem recebi telefonema de pessoa que se identificava como de uma ONG que faz trabalho social dentro do Complexo do Alemão...

- É o Jorge do Táxi em Movimento?

- Ele mesmo...

- Você conhece a nossa ONG?

- Não...

- Você colocou uma foto da nossa ONG em seu blog...

- Não lembro...

- Era um texto sobre um traficante 'chefe' aqui da comunidade; ele estava em frente ao nosso prédio quando foi clicado. Não sei como você conseguiu esta foto...

- A foto é montagem ou faço alguma ligação do sujeito com o trabalho de vocês?

- Não, mas a imagem da fachada do nosso prédio ficou mal no contexto. A gente tem um trabalho sério na comunidade; já temos muitas dificuldades por aqui e nenhuma ligação com o tráfico...

- Pô, logicamente que minha intenção não é sair por aí insinuando coisas sem nenhum embasamento.... Me envia o link que retiro a foto...

- Vou enviar...

- Me manda também o site de vocês...

- A gente tem um blog, vou te enviar. Voce é bacana...

Pôs bueno...

A intenção por aqui não é ficar irresponsavelmente distribuindo porradaria sem direção...

A foto citada realmente mostra o traficante em frente ao painel de identificação da entidade durante um evento...

A foto não é de minha autoria, já que não sou louco de entrar no Alemão e sair fotografando sem autorização...

Recebo uma quantidade imensa de fotos e textos que vou reproduzindo quando oportunas...

Duas horas após tive oportunidade de acessar a Internet e constatei email do mesmo sujeito reclamando por eu ainda não haver deletado a imagem...

Fiquei irritado...

Devolvi no mesmo tom...

Mas, deletei conforme combinado...

Se eu não houvesse empenhado minha palavra, juro que não retiraria a tal foto...

O camarada não teve paciência de me proporcionar sequer duas horas de prazo...

Porém...

O episódio é reprodução de tantas outras ocasiões em que pessoas sentiram-se incomodadas por algo reproduzido aqui e concordei prontamente em retirar a citação quando a reclamação é absolutamente procedente...

Seria burrice covarde insistir em algo que constato tardiamente que foi equivocado ou inapropriado...

É por aí...




Jorge Schweitzer


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O 'Taxi em Movimento' e os amigos que me acompanham...

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Fico monitorando a quantidade de pessoas que entram em meu blog...

Somente visualizo o mapa mundi das últimas 24 horas...

Qualquer um de vocês também pode acompanhar minha performance involuntária clicando acima da janela 'on line' do lado direito da tela acima do meu perfil...

Existe número de posts acessados; figuras copiadas; gráfico de média de acessos por horário e o mapa mundi com estrelas indicando localização dos visitantes...

Encontraram?

Pôs bueno...

Existem picos e madrugadas de traço...

O traço é sempre por volta de 4 horas da madrugada...

O pico é entre 19 e 23 horas...

Ou 10 da manhã e 15 horas da tarde...

Depois oscila...

Baixa, sobe, baixa, sobe...

Acho curioso como têm visitantes dos lugares menos imagináveis do planeta...

Ainda são poucos, retornei há pouco tempo por aqui no blogspot...

Infelizmente a Microsoft praticamente me extinguiu da Internet ao censurar meu blog anterior...

O spaces live jorgeschweitzer possuia números de visitantes arrasa quarteirão que tornam ridículos acessos atuais...

Deu vontade de desistir...

Foi uma covardia da Microsoft tanto quanto qualquer censura pode ser...

O provedor conhecia minha contundência e só resolveu me bloquear após receber avalanche de solicitações de retirar-me da Rede durante cinco anos...

Em várias ocasiões negociamos situações...

Até optarem por inteceptar qualquer canal de negociação...

Lógico que não medi determinadas situações e avancei nas críticas...

Acreditava que o fato de assinar todos os textos seria motivo suficiente para demonstrar que me responsabilizada pelo que escrevia...

Não bastou...

Considero que exagerei por vezes...

Já chamei de 'otários' dizimistas pentecostais...

Não deveria...

Joguei no mesmo cesto trigo e joio...

Não devia...

Existe uma quantidade enorme de adjetivos e junções adverbiais possíveis sem necessidade de chutar o balde...

Caí na minha própria armadilha da palavra...

Paciência




Jorge Schweitzer

Domingo, 25 de Abril de 2010

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Sábado, 24 de Abril de 2010

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Quarta Feira, 21 de Abril de 2010

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Um político - que já votei - dentro do Táxi em Movimento...

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Ontem à noite apanhei um passageiro na porta do Museu Histórico Nacional...

Quase não páro confundido pelo aceno de mais de dez seguranças com imensas lanternas vermelhas na porta do Museu que pareciam desviar o trânsito...

Comentei com o passageiro, um senhor que sentou ao meu lado...

Destino:

- Praia do Flamengo, o senhor pega a agulha da Correia Dutra...

- Posso seguir pelo Aterro e pegar a praia na Glória?

Fica em silêncio e sigo em frente já que o trajeto mais óbvio e curto...

Quando percebe que continuo no Aterro ele altera a voz:

- Pô, falei para o senhor pegar a Correia Dutra - incompreensívelmente irritado...

- Amigo, vou pegar a agulha da Correia Dutra na Praia - confirmo...

- Eu preferia pela Presidente Wilson e Lapa - de maneira prepotente...

- Amigo, este caminho é o mais curto e perguntei e o senhor ficou em silêncio...

- Vocês taxistas sempre fazem desta forma...

A entonação do questionamento deixou impressão que eu estaria tentando ganhar mais alguns centavos com um percurso que lhe parecesse mais longo...

Não gostei...

Aponto o dedão em direção ao taxímetro e desligo:

- Senhor, não vou lhe cobrar um centavo pela corrida. O senhor é meu convidado à transportá-lo a custo zero de forma gentil. Não quero que continue com a imagem que todo taxista é pilantra...

Ele fica desconcertado com minha reação...

Pede que eu retorne a ligar o relógio...

Não atendo...

Estava determinado a não lhe cobrar um centavo...

Daí fiquei chateado pela idéia que me ocorreu que meu passageiro poderia ter ficado intimidado pela fama que ele conserva dos taxista do Rio de Janeiro...

Ele tenta consertar agora já mais tranquilo quando pegamos a Praia do Flamengo:

- É, tem razão... Por aqui é mais rápido... Tenho hábito de fazer aquele caminho que lhe indiquei... Me desculpa, não duvidei do senhor... Vejo que o senhor é cidadão de bem... Eu também sou... Sou muito conhecido... Já foi vereador e deputado... Tenho medalha Pedro Ernesto...

- Não estou chateado, até entendo o senhor... Mas, desculpe, Medalha Pedro Ernesto está tão desmoralizada que quase todos bicheiros do Rio de Janeiro possuem...

Meu passageiro remenda:

- Tem razão... Mas fui muito amigo do Tancredo Neves e do Ulysses Guimarães... Estou vindo de uma homenagem onde o senhor me apanhou...

Me mostra a pasta que carrega com rascunhos de discursos originais de ambos políticos citados que eram seus amigos pessoais...

- Grandes brasileiros. Deram suas vidas pelo povo - discursa...

- Na boa... Não quero que pareça retaliação por nossa desavença inicial: Tancredo e Ulysses sempre estiveram encima do muro... Um morreu de diverticulite por má alimentação e na época não haver medicação que lhe salvasse a vida e outro caiu de helicóptero por ordenar - depois de passar a tarde bebericando - que o piloto alçasse vôo numa Angra dos Reis em chuvarada torrencial levando todos tripulantes à morte...

- O senhor é muito bem informado...

- Também sei quantos apartamentos Dona Risoleta Neves teve que regularizar do espólio do Tancredo somente no Rio de Janeiro apesar de Tancredo ser residente em Minas Gerais...

Estamos chegando...

Insiste em pagar 12 reais pela corrida...

Informa que se eu necessitar posso procurá-lo já que muito influente...

Deixa seu nome completo e endereço de seu escritório...

Informo que também me considero tão importante quanto apesar que sem Medalha Pedro Ernesto ou Tiradentes que não necessito...

Ele ri e pergunta como pode me encontrar novamente...

- Me procura na Internet - indico depois de me afirmar que costuma navegar...

- Como o senhor se chama?



Jorge Schweitzer



PS: O passageiro acima somente eu soube de quem se tratava depois de me declarar seu nome completo... Curioso, muito curioso... Já votei nele e não o reconheci já que faz muito tempo... Não lhe confessei que já votei nele... Só votei no cara porque era do PDT e falta de opção já que nunca voto em branco... Mas é verdade... Também não vou estampar seu nome por aqui... A menos que ele me localize na Rede e resolva confirmar a história acima... Medalhas, títulos e "sabe com quem tá falando?" valem quase nada para cidadão comum que conhece a história recente...

Onde está 'Jorge Schweitzer' do 'Táxi em Movimento'?

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Apesar de sempre ter pelo menos mais de 1.000 visitantes diários - já ocorreu de num único dia ultrapassar 10 mil acessos unitários - no antigo blog jamais imaginei ter leitores fiéis até ser expulso pela Microsoft...

Gente que eu nem sabia que existia enviou email pessoal depois do sumiço do space live...

Alguns reclamam por eu não cair de porrada na Microsoft por ter sido excluído sem jamais utilizar imagens pornográficas ou algo que justifique tal censura...

Na realidade estou tentando negociar a volta do espaço por lá...

Vou ficar escrevendo por aqui mesmo, mas quero de volta todos textos diários que postei durante anos a fio por lá...

Existem textos que foram deletados que são importantes depoimentos com direito a comentários de pessoas envolvidas em fatos de repercussão...

O caso da menina Cloe, 3 anos de idade, assassinada em condomínio de luxo em Trancoso que proporcionou o delegado Ricardo Feitosa - A Síndrome Normam Bates do Dr. Ricardo Feitosa - responder processo aberto pela Corregedoria de Polícia da Bahia ainda é prova que deveria ser preservada já que possui declaração de familiares de amigos da criança - do Brasil e da Nova Zelãndia - além da justificativa do próprio policial...

Mesmo o único recado deixado na Rede por Alessandra Ramalho D'Ávila Nunes comentando e assinando abaixo de meu texto 'Segredos' sobre o crime da Barra da Tijuca em que esfaqueou o esposo no dia dos namorados do ano passado alegando legítima defesa para preservar seu filho Rick foi apagado da Internet junto com meu blog...

Alessandra se dispôs a dar entrevista exclusiva para o Táxi em Movimento que só não aceitei por achar que iria expô-la de forma sensacionalista inadequada naquele momento...

Não adiantou tentar mapear limites de comportamento ético...

Ao procurar por referências ao Ezequiel - no caso do menino João Hélio Fernandes Vieites - acabei sendo indicado pelo Google a procurar pelo meu espaço agora não mais existente...

Até respeito as regras do provedor que me considera inadequado...

Nem acredito que seja capaz de me adequar e ficar a adular bandidos ou medir palavras...

Não teria sentido continuar na Rede se não me for permitido exercer independencia de opinião que não cobro um centavo para quem se dispoem a me acompanhar...

Qual significado de postar diariamente elogios e poesias pueris enquanto considero este palanque único canal de protesto?

A única razão de despertar curiosidade é mostrar as entranhas da sociedade...

Pô, qual o problema?

Assino todos meus textos...

Não me escudo atrás de pseudônimo...

Deixo oportunidade aberta para todos xingamentos nos comentários somente deletando palavrões que fogem ao bom senso...

Qual o critério então da empresa do Bill Gates?

Não tenho a menor idéia...

Curioso é que o provedor Google municiava diariamente a Internet com textos meus postados na ferramenta spaces live da Microsoft...

Por diversas vezes eu tentava corrigir alguma frase e a mesma já estava cravada na Rede sem direito a maquiagem dois segundos depois...

Não compreendo, nem ninguém, como é administrado o provedor Google....

Agora passei a postar somente no blogspot e quase não tem repercussão...

Como o blogspot é ferramenta do Google parece que os funcionários do Google praticam um motim interno com intensão de algum dia serem contratados pela Microsoft...

Mas vou ficar por aqui...

Acho que definitivamente...

Até ser expulso...

Jorge Schweitzer

A Rede Globo de Televisão lê o Táxi em Movimento, diariamente...

Durante a semana citei Jim Jones aqui no blog depois do maluco pastor passar esquecido por décadas...

O que deu no Fantástico de ontem?

Jim Jones...

A Globo deveria me enviar pro-labore...

Depois do ‘Faça Sua História’ com um taxista contando seu cotidiano, tá ficando bandeiroso...

É mais decente a Globo me pagar e acabar com a palhaçada...

Deve ter um aspone global que fica procurando pauta na Rede...

E todo dia entra por aqui, no Táxi em Movimento...

Pode não ser ilegal...

Mas é trouxamente imoral...

A própria Rede Globo sabe que tenho condições de escrever episódios menos babacas do que o taxista idiota que eles obrigam o protagonista interpretar...

Por favor, pessoal...




Jorge Schweitzer

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Fábio Assunção na Capa da Veja e no Táxi em Movimento...

Postei um texto por aqui sobre drogas e Fábio Assunção ontem, antes de saber que esta matéria seria capa da Veja...

Normalmente escrevo meus textos na noite anterior...

Portanto, escrevi sobre o Fábio Assunção na noite de sexta-feira antes de imaginar que a Veja daria destaque de matéria de capa...

Tem uma razão eu perder o calor inicial da discussão...

Como, por vezes, pego pesado deixo para fazer acertos no dia seguinte movido pela minha censura pessoal, depois de noite dormida, para não cometer barbaridades...

Se escrevesse direto na Rede teria tantos processos que já estaria fora do ar...

Tem ocasiões que me arrependo totalmente do que escrevi no dia anterior e perco textos extensos em que me empolguei na crítica...

Paciência...

O problema do Fábio foi tratado de maneira correta pelos jornalistas...

A Revista Veja acertou na abordagem ao desglamourizar a droga e tratar o ator com o respeito...

Ao ver Fábio Assunção na capa da Veja lembrei de Cazuza cadavérico estampado na mesma revista tempos atrás...

Na época (ou melhor, na Veja), foi um soco no estômago ao expor a degradação física proporcionada por comportamento de risco...

A revista Veja errou quando fez o mesmo expondo o Papa João Paulo II em momento terminal de forma odiosa...

O papa moribundo foi um sensacionalismo barato e idiota que poderia ter sido reproduzido em páginas internas para saciar curiosidade mórbida de imbecis...

Fábio Assunção jamais imaginou que estaria em tanta evidência por suas fraquezas e não por suas qualidades artísticas...

Fábio é discreto...

Há algum tempo atrás conheci uma moça que tinha um filho sem registro...

Morava na Ladeira Frei Orlando, na subida da Paula Matos em Santa Teresa...

Afirmava que o pai era Fábio Assunção...

Até duvidei...

Mas o menino era tão parecido com o Fábio que o mesmo em miniatura com chupeta na boca...

- Poxa, por quê não solicita DNA, pensão alimentícia, essas coisas?

- Jamais vou fazer isto, ele é sujeito mais correto que conheci na vida!

Todos torcemos pela recuperação do Fábio Assunção...

Todos...

Importante que ele saiba e nos surpreenda...



Jorge Schweitzer

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