quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cesar Romero Viana Júnior e a Toesa...

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Quando Sérgio Cabral assumiu o governo do Rio de Janeiro prometeu austeridade no setor de saúde...

Começou passando o trator nas múltiplas irregularidades herdadas da administração Rosinha Garotinho...

Cabral afirmou que a área de saúde tinha dinheiro em abundância só que mal gerenciado ou desviado...

Cabral nos encheu de esperanças ao demitir sumariamente relapsos diretores de hospitais logo na primeira semana como governador...

Zapt, exonerado: sequer dava oportunidade de réplica já que era bandalheira pura mesmo...

Cabral foi descobrindo tantos caminhos de ratos no sistema estadual de saúde que necessitava de um fiel escudeiro acima de qualquer suspeita...

Cabral nomeou como secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes...

Sérgio Côrtes possuia no curriculum o feito de peitar um dos maiores feudos de roubalheira indescentes que era o Instituto de Traumato-Ortopedia do Rio...

Na época, Sérgio Côrtes chamou a imprensa para mostrar um boneco enforcado encontrado sobre sua poltrona no Trauma-Orto e furos de balas que teriam sido disparados contra seu veículo quando chegava em Niterói...

O tempo passou e a saúde do Rio sumiu do noticiário mergulhada na rotina burocrática...

Nesta semana ressurgiu nas páginas policiais...

Ironicamente sob os auspícios de um primo da mulher do secretário Sérgio Côrtes...

Cesar Romero Viana Júnior - subsecretário executivo da Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil - é primo de Vera Viana, esposa do secretário Sérgio Côrtes...

Deve estar rolando o maior desconforto familiar...

Não é para menos...

O troço é cabeludo...

O Ministério Público Estadual abriu, anteontem, uma investigação para apurar irregularidades na Secretaria estadual de Saúde, que teria contratado uma empresa para fazer a manutenção dos veículos de combate à dengue com preços superfaturados...

Segundo o promotor Leandro Navega, há indícios de carterização na licitação...

Vê se vocês entendem?

A empresa vencedora, a Toesa, receberia por ano quase R$ 5 milhões para manutenção da frota de 111 veículos...

Cerca de R$ 415 mil/mês...

As outras três empresas que participaram do pregão eletrônico?

A Troiokakar que propôs valor parecido ao da Toesa (5,1 milhões)...

A ScarRio que é especialista em peças de trator (1,1 milhão) que juram não terem participado da disputa (declara o sócio da empresa Orlando Galvão: 'Usaram indevidamente a nossa empresa")...

E...

A Multiservice que faz única e tão somente manutenção de computadores (1,1 milhão) e nada mais...

E daí?

Um servidor da secretaria de saúde - o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros José Carlos da Cunha - farejou falcatrua, denunciou e...

Pediu exoneração...

Lógico...

Vejam o que diz José Carlos da Cunha:

- Quando percebi que o valor total da manutenção era o dobro do valor de mercado dos carros, vi que tinha algo errado.

Isto mesmo...

José Carlos da Cunha fez as contas e percebeu que, com o gasto de manutenção dos veículos, seria possível comprar toda uma frota zero quilômetro equivalente e ainda sobraria dinheiro...

Na realidade uma negociação de frota com fabricantes seria possível comprar o dobro...

O tenente-coronel José Carlos da Cunha está ameaçado de morte...

Assim como Sérgio Côrtes no passado...

Só que agora está mais fácil identificar os meliantes...

Ou não?



Jorge Schweitzer







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