segunda-feira, 13 de outubro de 2008

João Suplicy, o irmão do Supla, dentro do Táxi em Movimento...







Ontem foi um dia incomum no Rio de Janeiro...

Domingo...

12 de outubro de 2008...

Meia Maratona cruzando a cidade...

Dia das Crianças...

Procissões de Nossa Senhora em vários bairros...

E...

Parada Gay em Copacabana...

Poucos táxis disponíveis...

Deixo uma passageira no Aeroporto Santos Dumont...

Uma fila imensa de pessoas impacientes aguardando táxis cadastrados na cooperativa do Aeroporto com suas malas ao lado...

Estaciono longe daquele local, já que não permitido a simples mortais do volante remunerado que são expurgados por seguranças e guardas a manter seu feudo intocável...

Enquanto dou o troco vejo que Lecy Brandão está na calçada em frente esperando carro fora da fila...

Poxa, que legal...

Lecy Brandão seria um encontro legal para conversarmos...

Ela faz charme esperando que eu me ofereça e não dá nenhuma indicação que me queria...

Pôs bueno...

Quanto mais a gente se oferece mais é rejeitado...

É uma máxima que serve tanto para atividade profissional quanto amorosa...

Acelero e deixo ela a pé...

Ela levanta os braços indignada com minha audácia como se eu não soubesse quem acabava de perder...

Logo a frente um rapaz faz sinal balançando ambas as mãos, já que sou raridade na paisagem...

Páro, lógico...

É um rapaz de trinta e poucos anos e sua maleta é tão florida que imagino que irá à Parada Gay muito embora não tenha nenhum trejeito...

Comento que acabei de perder a passageira Lecy Brandão e ele nem me dá bola depois de eu comentar que artista “se acha” e acaba ficando a pé em virtude de uma prepotência injustificável...

Pelo celular ele fala com alguém comentando que fará contato com o cantor Belo na próxima semana para agendar participação em programa da TV...

Fico curioso mas resolvo deixa-lo à vontade...

Ele faz mais uma ligação...

Não resta dúvida, é artista; ou pelo menos produtor cultural...

Somente não tenho a menor idéia quem seja...

Espero ele puxar conversa...

Ao cruzar a Lagoa Rodrigo de Freitas engarrafada trocamos opinião sobre a poluição da lagoa após ver um sujeito esquiando puxado por um barco veloz...

Conto uma lenda dos índios Tapuias que já descreviam para os colonizadores a mortandade de peixes no local, quando os deuses batiam com os pés no fundo do lago irados por algum motivo...

Vamos conversando sobre o Rio de Janeiro...

Confesso que tenho um blog de comentários políticos e crônicas, onde tento interagir com as coisas da cidade...

Interrompo educadamente, para descobrir com que estou dialogando:

- Desculpe, você trabalha com arte?


- Sou músico...


- Poxa, que legal, toca que instrumento?


- Violão...


- No Brasil é difícil viver de música, não é não?


- Vou tocando... Também sou cantor, e apresento um programa na TV com meu irmão...


- Irmão?


- O Supla, sou irmão do Supla...


- Ontem, vi poucas imagens do programa ao ficar zapeando por canais e vi o Supla enquanto produzia uma crônica sobre um incidente no Copa D’Or para meu blog...


- Eu era o cara ao lado...


- Eu vi você mas não sabia que era irmão dele...


- Era eu...


- Somente sei que você é casado com a Maria Paula do Casseta...


- O que achou do programa? Pode falar a verdade...


- Achei chato o garotinho entrevistador; o cão fantoche meio forçassão de barra mas a gostosa vestida de demônio estava ótima e nem sei o que ela fez depois já que troquei de canal... Acho o Supla meio over, desculpe...


- Põe este comentário em nosso site...


- Negativo, na semana que vem verei o programa inteiro e vou fazer uma análise mais detalhada...


- Você falou que comenta política em seu blog... Votou em quem?


- Gabeira...


- Também sou Gabeira...


- E em São Paulo votou no Kassab?


- Hahahahaha... Votei no Maluf.... Hahahahahaha...


- E no segundo turno, vai votar em branco?


- Hahahahahaha...


- Engraçado você tem a voz igualzinha ao Supla...


- É a convivência, todo mundo tá falando isto...


- Se cuida...



Salta no Alto Leblon e fico imaginando a quantidade de perguntas que poderia ter feito e perdi oportunidade...

De qualquer forma, foi melhor que conversar com a Lecy Brandão...

Ou não?

Sei lá...

Jorge Schweitzer


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